Futebol mania universal
- Marcelo Candido Madeira
- 21 de set. de 2017
- 2 min de leitura

Que o futebol era uma mania nacional todo brasileiro já sabia, mas que esta mania tem se tornado cada vez mais universal, isso é relativamente novo. A cada edição da Copa do Mundo, realizada de quatro em quatro anos, o futebol vem se tornando mais e mais conhecido e principalmente, mais e mais aclamado.
De vinte anos para cá, o marketing esportivo se profissionalizou e hoje em dia tudo que diz respeito ao mundo futebolístico gira em torno da casa dos milhões. Números suntuosos, seja se tratando de público, patrocinadores ou salários dos jogadores.
O Brasil é um dos poucos paises que participou de toda as Copas do Mundo. O futebol já faz parte de nossa cultura, como o folclore, o samba e a feijoada. Todo brasileiro já sofreu ao ver um pênalti perdido ou já se esgoelou ao ver a seleção canarinho fazer aquele gol entalado na garganta. E isso já é um hábito de geração a geração. Afinal, o Brasil já provou cinco vezes o sabor de ser campeão do mundo, é o único país a ter tantos títulos.
A cada edição da maior festa do futebol mais e mais seleções se destacam e surpreendem com o alto nível de seus jogadores e esquemas táticos. Como é o caso deste ano da Austrália, Portugal e Suíça, seleções que há décadas não se classificavam para as oitavas de final. E não poderíamos deixar de mencionar aqui o futebol africano que vem atraindo os olhares do mundo e crescendo a cada torneio. A próxima Copa do Mundo, em 2010, terá a África do Sul como anfitriã, o que alargará ainda mais as fronteiras do futebol.
Na esteira da globalização, o mundo parece mesmo ser uma bola. Nenhum esporte tem a mesma capacidade de unir povos e gerar tanta emoção. Até países sem tradição com a gorduchinha como é o caso dos Estados Unidos, já contraíram a febre futebolística. A empolgação dos jogadores americanos, ao chegarem na Alemanha para disputar a Copa 2006, foi tanta que um deles chegou a mencionar numa entrevista: “Isto é a Copa do Mundo, estamos aqui para a guerra" numa demonstração que eles ainda têm muito que aprender sobre espírito esportivo.
Na Corea do Sul, a imagem vista pela TV de uma massa compacta de gente espalhada pelas praças e avenidas a torcer pela seleção coreana trajando vermelho e branco chega a arrepiar. E qual brasileiro não sentiu uma pontada de orgulho ao ver a seleção canarinho ser recebida para a temporada de treinos em Weggis, na Suíça, com todo carinho e toda a pompa? A Alemanha vive uma onda de patriotismo como há muito tempo não se via, desde a derrota nazista, há 60 anos atrás.
Parece que agora perto dos 16 anos da reunificação do país, os alemães entusiasmados com o mundial começam a expressar com mais desembaraço sua identidade nacional. E isso é muito positivo. Faz a gente sonhar que o mundo seria melhor se deixássemos para resolver os conflitos da humanidade num campo de futebol.
Artigo escrito em 2006
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