Nós, brasileiros
- Marcelo Candido Madeira
- 29 de set. de 2017
- 2 min de leitura

Estou muito lisonjeado com o convite de uma coluna mensal no “Manias do Brasil”. Não apenas pelo fato de “Manias do Brasil” já ser um portal de referência para a comunidade brasileira na Suíça, mas também por ser uma associação sem fins lucrativos com o objetivo de difundir nossa cultura e até - porque não? - nossas manias.
A coluna intitulada “Mania de Escrever” será dedicada a contos e crônicas de minha autoria e a linha tênue que separa os dois estilos. Contos curtos que abordem os anseios da alma humana e crônicas meio colunista, meio repórter com situações inusitadas do nosso dia-a-dia.
No mês de estréia eu não poderia deixar de enaltecer algumas manias bem comuns a nós, brasileiros. E o que tudo indica é que manias que são tão corriqueiras em solo brasileiro, quando chegam aqui, em terras estrangeiras, tomam proporções enormes.
A primeira mania que me vi tentado a adotar, foi chegar à reunião em casas de amigos horas depois de ter começado. No Brasil, é comum chegarmos quando a festinha “está pegando”, por isso antes de sair fazemos hora, vemos um pouco de TV, tomamos uma cervejinha para calibrar, tudo na maior tranqüilidade, mas eis que aqui a coisa não funciona bem assim.
Bastou-me chegar atrasado uma vez - algumas horas - numa festinha para entender que essa mania aqui não pega. Ao chegar na festa, todos estavam de saída para tomar o último trem que geralmente termina por volta da uma da manhã. Resultado: voltei pra casa, sem festinha, mas aprendi a lição.
Uma mania bem brasileira, que aqui em terras geladas se torna bem evidente, é de abraçarmos, darmos as mãos e tapinhas nas costas. Como esse não é um costume suíço, percebemos logo a diferença no tratamento. Ao brasileiro, parece não bastar só o calor humano, tem que sentir também os fluídos de energia.
Mas uma mania que todos gostam é a mania de cantar. Se tiver brasileiro na roda, no jantar ou principalmente em reuniões entre amigos, vai ter sempre um violão e um coro de saudosos pela pátria amada e lá pras tantas, alguém querendo recordar um sucesso antigo, com copo em punho, vai pedir: “Toca aquela”.
Crônica publicada no Portal Manias do Brasil nos idos de 2006
Marcelo Candido Madeira
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