2011 – Ano Europeu do Voluntariado
- Marcelo Candido Madeira
- 20 de set. de 2017
- 2 min de leitura
Artigo publicado no Jornal do Cebrac em 2011
Foi com muita honra que este ansioso cronista aceitou o convite de participar da estreia do Jornal do CEBRAC. Primeiro, por todos os sucessos acumulados de uma associação dedicada a cultura brasileira no cantão de Zurique. E segundo, por que nada mais apropriado que lançar um jornal, produzido por mão de obra voluntária, justamente no “Ano Europeu do Voluntariado”. Feliz coincidência essa a ser comemorada com toda a euforia. E junta-se ainda o fato do Jornal do CEBRAC vir numa época histórica, quando se pensa e repensa o papel da imprensa em nossa sociedade. Nenhum veículo de comunicação surge para fazer concorrência entre si, mas apenas para acrescentar. E é justamente para isso que o Jornal do CEBRAC vem a público; para acrescentar, para agregar, ou seja, para trazer ao amigo leitor matérias novas, novos artigos e novos debates.

Num mundo onde a comunicação está saturada, qualquer fiapo de oportunidade que promova uma comunicação isenta e instrutiva será bem vinda e sobretudo bem aproveitada. O triste paradoxo reside no fato de vivermos num mundo saturado de comunicação, e no entanto, o que se constata é que nem por isso nos comunicamos melhor.
Daí a importância de difundirmos uma informação que de fato acrescente algo à comunidade, dirigida à comunidade e feita pela própria comunidade. A informação que erga o amigo leitor do sofá e leve-o à reflexão e não somente, mas sobretudo à ação. A mesma ação que estremece os pilares dos detentores da informação outrora deformada; a ação voluntária. Só o trabalho voluntário pode ser isento e independente. E é justamente essa a grande força do CEBRAC durante os seus 15 anos de luta e árduas conquistas. Se hoje, conseguimos lançar um Jornal com a cara do CEBRAC é mérito da mão de obra voluntária.
Comemorar o “Ano Europeu do Voluntariado” é comemorar o esplendoroso sucesso obtido pela comunidade brasileira na Suíça. Milhares de brasileiros unidos pela defesa e divulgação de nossa língua, nossa cultura, nossa gente. Um trabalho muitas vezes invisível, mas de uma força criadora e propulsora, a força motriz da nossa unidade em terras estrangeiras.
Há mesmo quem diga que por ser mais engajado e consciente, o resultado do trabalho voluntário pode até ser mais rentável do que aquele remunerado. Quem se lança no voluntariado está disposto a se doar por um benefício comum, geralmente movido por uma causa ou por uma inquietação interior. São na maioria idealistas, utópicos, sonhadores que abrem suas asas dispostos a alargar horizontes.
Não há como negar a importância do voluntariado nos serviços sociais, associações não governamentais, escolas, hospitais onde muitas vezes o Estado não se faz presente. É por essas e por outras que este ansioso cronista costuma dizer que é a mão de obra voluntária quem zela pela ordem social e por que não dizer pelo progresso do ser humano, o progresso do indivíduo, do ser “indivisível”. Eis o resultado do voluntariado; a soma de seres indivisíveis que totalizam uma unidade, um humano, humanidade, o bem comum. No fundo esta é a razão pela qual escolhemos o trabalho voluntário, para nos transformarmos interiormente em pessoas melhores. Longa vida ao jornal do voluntariado, longa vida ao CEBRAC!
Marcelo Candido Madeira
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