Frevo - Pura efervescência!
- Marcelo Candido Madeira
- 3 de abr. de 2016
- 2 min de leitura

O Frevo, este ano completa 109 anos. A escolha da data comemorativa, dia 9 de fevereiro, deve-se ao fato do termo Frevo aparecer pela primeira vez num artigo do Jornal Pequeno de Recife, atualmente, o Diário da Manhã, no ano de 1907. A matéria retratava com entusiasmo a manifestação popular que vinha alcançando cada vez mais notoriedade na capital pernambucana.
O nome Frevo deriva-se das palavras ferver e efervescente, que popularmente são conhecidas como “frever” e “efrevescente”. Na época, "Frevo" remetia confusão, rebuliço e agitação popular.
O gênero, tal como o conhecemos hoje, já existe desde os meados do século XIX e tem sua origem na quadrilha, no maxixe e na polca. Já nos idos de 1860, era comum pelas ruas do Recife, em Pernambuco, o desfile de bandas militares ou civis e a palavra "Efervescência" já era usada para designar a euforia do povo que se lançava atrás do cortejo.
Como o enigma do ovo ou a galinha não se sabe quem veio primeiro: o Frevo como gênero musical ou o Frevo como dança, que em Pernambuco chama-se "Passo". Até os meados do século XX, existia muita rivalidade entre as bandas e clubes carnavalescos que terminava, na maioria das vezes, em pancadaria com dezenas de feridos e até casos fatais. Os desfiles, então, contavam com a presença de capoeiristas brutamontes, verdadeiros acrobatas que munidos de pedaços de pau inibiam os mais briguentos e valentões. Para enganar a polícia, os capoeiristas, aos poucos, começaram a inventar passos, criando uma coreografia própria para acompanhar a “onda” dos cordões carnavalescos. Com o passar do tempo os cacetes e bengalas foram substituídos por sombrinhas coloridas.
Hoje, o Frevo originário das ruas de Pernambuco tomou o Brasil e o mundo. Muitos compositores da MPB, mesmo não sendo pernambucanos, já flertaram com o gênero. A propagação do Frevo como gênero musical é favorecida em muito pela sua moderna harmonização e a constante evolução nos passos da dança. O Frevo tem tantos passos quanto a criatividade do passista permitir.
Em 2012, a Unesco reconheceu a importância do Frevo como Patrimônio Imaterial da Humanidade.
Abaixo, um excelente vídeo gravado em 2006 na "International Brazilian Dance Congress" no Rio de Janeiro. A performance é de Uyra Mangueira, professor e passista de Frevo.
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