Jogos de azar
- Marcelo Candido Madeira
- 28 de out. de 2015
- 2 min de leitura

Jogo de cartas, jogo de futebol, jogo de dados, jogo de intrigas e até jogo de sedução. Há quem diga que a vida é um jogo.
Albert Einstein, ao se referir sobre as leis do universo, afirmou que Deus não joga dados. Por sua vez, Pascal, décadas antes, afirmava que somos nós que jogamos dados com Deus, querendo dizer que acreditar ou não, na força divina, não deveria ser uma aposta.
De qualquer modo, o jogo acompanha a humanidade desde o início dos tempos. É próprio do ser humano desafiar seu oponente em apostas ou jogos arriscados. Na antiguidade, eram comuns jogos onde os perdedores pagavam com a vida. São famosos os violentos combates realizados no Coliseu, em Roma, ou ainda os jogos de bola conhecidos como “Tlachtli”, na América do Sul, onde os perdedores eram sacrificados aos deuses incas.
Felizmente, em nossa sociedade atual não há mais espaço para jogos mortais, jogos onde o perdedor pague com a vida, mas em contra partida, existe ainda jogos que exigem nosso, diríamos, sacrifício financeiro, como jogos de aposta em dinheiro ou bens materiais, os denominados jogos de azar.
Hoje em dia, o que muitas religiões condenam, é o jogo no qual o benefício de uns dependa do prejuízo de outros. O sujeito em sua busca de enriquecer da noite para o dia não percebe que o seu bem estar está diretamente relacionado à desgraça alheia. Sem contar que o jogo de azar desperta sentimentos condenáveis a um espírito saudável, como a ira e a inveja contra o vencedor ou a preguiça pela ganância do ganho fácil.
No entanto, o perigo maior do jogo de azar é a obsessão. Indivíduos obcecados pelo jogo de apostas são capazes de atitudes hediondas para saudar suas dívidas. Cometem crimes, pequenos furtos e até mesmo roubam no próprio seio familiar.
O problema é que nossa sociedade incentiva a prática do jogo de azar. A mentalidade que a fama, o sucesso e a fortuna estão ao alcance de todos sem esforço, é difundida largamente sem nenhuma cerimônia. No Brasil dos anos 1940, os cassinos foram proibidos, mas ainda restam a corrida de cavalos, a rifa, a loteria e as casas de bingos que aos poucos têm sido regularizadas em território nacional. Para os devotos da fé que querem tirar o número sorteado da Mega Sena o consolo está na famosa expressão: vamos fazer uma “fézinha”.
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