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Brasileiras são um perigo

  • Marcelo Candido Madeira
  • 17 de set. de 2015
  • 2 min de leitura

Um suíço, amigo meu, está de cama, deprimido sob efeitos de calmantes e muito chá. Tudo porque, ele foi ao Brasil e conheceu uma moça muito sorridente e simpática. Seu jeito feminino e sensual, sua timidez espalhafatosa o agradou em cheio e o resultado: voltou ao seu gélido país com uma baita ressaca amorosa.


Eu bem lhe avisei para tomar cuidado com as brasileiras. Cuidado com muitos risinhos, tapinhas nas costas, olhares apertadinhos e, sobretudo apelidos e diminutivos. Ele, um homem sério, respeitador, ainda me disse que eu estava exagerando, agora ele vê o tamanho do exagero que lhe tomou o coração.


Solteiro, bem afeiçoado, olhos azuis e bochechas rosadas, pobre coitado, não se rendeu aos encantos calorosos da morena. Bastou sentarem-se, lado a lado, em um quiosque à beira mar para descobrirem quantas afinidades possuem em comum. Trocaram impressões sobre seus países e ao falaram da neve, o rapaz ergueu as sobrancelhas ao ouvir dela que invernos são ótimos para passarem juntinhos embaixo do edredom.


Seu erro fatal foi convidá-la para dançar, forró ainda por cima. Na pista, ela fez dele gato e sapato. Tantos rodopios e requebradas que o sujeito ficou tonto. Eu ainda esqueci de lhe prevenir: cheiro no cangote, não. Porém, já era tarde demais. Depois, esticaram a madrugada no apartamento dela, a trilha sonora, música sertaneja, daquelas do coração saltar à boca. Antes de voltar à terra natal, ele comprou o mesmo disco e o escuta até hoje. Passaram a noite juntinhos, em juras de amor e ambos chegaram a conclusão que foram feitos um para o outro; alma gêmea, dizia ela, coisas do destino.


Agora, o sujeito está desconsolado. Diz entender o significado da palavra portuguesa, saudade. Não come, não dorme, beber, bebe e há quem diga que anda faltando o trabalho, pediu licença alegando depressão, um horror. A conta telefônica foi às alturas e ele não vê a hora de chegar novas férias para voltar ao seio de sua amada.


Eu bem que lhe avisei: brasileiras são um perigo! Ele não quis acreditar, fazer o quê?

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 O Autor 

 

 

Sagitariano, publicitário, escritor músico, alfabetizador, assistente social e Mestre Reiki . 

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 © 2015 por Ocandura.

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