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A parábola do camponês e o homem da cidade

  • Adaptação: Marcelo Candido Madeira
  • 8 de set. de 2015
  • 2 min de leitura


Depois de muita insistência, o primo camponês atendeu aos calorosos pedidos do primo da cidade e acabou por lhe fazer uma visita. Era a primeira vez que ele pisava seus pés calejados numa metrópole repleta de edifícios altos e semáforos por todos os lados. O primo camponês ficou aturdido com tanta gente se esbarrando na calçada. A cada estampido de buzina o pobre coitado tapava com as mãos o ouvido. Logo ele, nascido e criado no campo, acostumado a uma vida calma e pacata em companhia das galinhas, onde podia passar longas tardes na varanda pitando seu cigarro de palha, contemplando as paragens verdes e o ar puro das montanhas.


O primo da cidade fez questão de mostrar todos os avanços da metrópole. Estava orgulhoso com tamanha pujança. Ele era um homem bem sucedido, funcionário de uma empresa de acessórios de informática. Esboçava uma pressa em tudo que fazia, como se corresse atrás do tempo. Queria mostrar ao visitante em apenas um dia toda a cidade.


O primo camponês, por sua vez, andava calmamente por entre os prédios olhando atônito em todas as direções, para os lados, para cima e para baixo. Foi então que, de repente, fez um sinal ao primo da cidade para que este fizesse silêncio. O primo agitado como sempre demorou um pouco a compreender o que se passava. E o primo camponês lhe perguntou:


- Você está escutando?


- Escutando o quê? – retrucou o primo da cidade já sem paciência.


- Preste bem atenção – insistiu o primo camponês.


O primo da cidade se debruçou um pouco mais, levando a mão ao ouvido, mas não conseguiu ouvir nada. O primo camponês, então, revelou o motivo de sua atenção:

- Ouça o canto do grilo!


De fato um grilo fazia sua cantoria bem perto dali, numa pequena fenda na parede de um edifício. Intrigado, o primo da cidade quis saber:


- Como você consegue ouvir um som tão fraco no meio de todo essa arruaça da cidade grande?


O primo camponês tirou de seu bolso uma moedinha e a jogou na calçada. Imediatamente, os transeuntes lançaram seus olhos à moeda que por alguns instantes rodou no chão fazendo um tilintar agudo, suave e baixinho. E com um sorriso nos lábios, ele respondeu:


- Ora, é simples. Tudo depende das coisas pelas quais a gente aprendeu a se interessar.

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 O Autor 

 

 

Sagitariano, publicitário, escritor músico, alfabetizador, assistente social e Mestre Reiki . 

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